segunda-feira, 13 de maio de 2013

A Rede dos ex-cluídos

A ex-senadora e ex candidata derrotada à Presideência da República Marina Silva reuniu em torno do projeto da Rede Sustentabilidade, partido que tenta viabilizar para se candidatar à Presidência em 2014, uma teia que vai de Heloísa Helena, fundadora do PSOL a aliados históricos do ex-governador José Serra (PSDB-SP). Além do discurso de que estão juntos para construir coletivamente a "nova política", seja lá o que isso signifique, os principais apoiadores de Marina são movidos por causas bem individuais e realistas.

Muitos deles já não gozam em seus partidos do prestígio de outrora ou travam batalhas perdidas contra líderes de suas siglas. O deputado Domingos Dutra, por exemplo, protesta em vão contra a aliança do PT com a família Sarney no Maranhão e, por isso, quer deixar a legenda.

Hoje vereadora em Maceió (AL), a ex-senadora Heloísa Helena, que em 2005 saiu do PT para criar o proto-sonhático PSOL, entregou a presidência do partido há três anos, após se desentender com a direção nacional. Ela queria que sua legenda apoiasse Marina, então no PV, à Presidência em 2010, mas foi derrotada.

Integrante, como Dutra e Heloísa, da Executiva provisória da Rede, o deputado federal Walter Feldman chegou a anunciar sua saída do PSDB em 2011. Na ocasião, acusou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, por uma crise interna que levou seis vereadores da capital paulista a deixarem o partido.

Pragmatismo Dois Ponto Zero

Numa atitude pragmática, o neo-sonhático Feldman, no entanto, voltou atrás e ficou no PSDB. No ano passado, foi um dos coordenadores da campanha de Serra à Prefeitura de São Paulo. Intermediou o apoio do pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, ao tucano. As críticas do religioso a políticas contra a homofobia trouxeram danos à candidatura, e Feldman acabou responsabilizado internamente. "Estou em busca de uma nova utopia", diz Feldman.

Quando deixou o PV, após tentar tomar o controle do partido em 2011, Marina disse que não era hora de agir com pragmatismo: "É hora de ser sonhático e de agir pelos nossos sonhos".

Alguns dos "sonháticos", no entanto, continuaram no PV para evitar perder o mandato, como o deputado Alfredo Sirkis (RJ). "Fui contra a saída dela. Estaríamos em situação melhor", afirma. Ele defende inclusive que, na eventual candidatura de Marina em 2014, a Rede se alie ao PV.

Vitória do pragmatismo? "Sonhaticamente não se faz uma campanha presidencial bem-sucedida", responde Sirkis.

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